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terça-feira, 19 de julho de 2011

Texto audiovisual - filme - BESOURO - 2º etapa


Temos dados sobre o filme e um comentário contextualizado

Besouro - O Filme (Besouro)

Elenco: Aílton Carmo, Anderson Santos de Jesus, Jessica Barbosa, Flavio Rocha, Irandhir Santos, Macalé, Leno Sacramento, Chris Vianna, Sérgio Laurentino, Adriana Alves, Miguel Lunardi.
Direção: João Daniel Tikhomiroff Gênero: Ação Duração: 120 min. Distribuidora: Disney Estreia: 30 de Outubro de 2009
Sinopse: O besouro é um inseto que, por suas características, não deveria voar, mas voa.
E Besouro também é o nome do maior capoeirista de todos os tempos. Um menino que, ao se identificar com o inseto que desafia as leis da Física, desafia ele mesmo as leis cruéis do preconceito e da opressão. Um mito, um super-herói.
O filme Besouro, que conta a sua história, é um épico em que fantasia e registro histórico se misturam no cenário deslumbrante do Recôncavo Baiano dos anos 20.
Inspirado em fatos reais, Besouro será um filme de aventura, paixão, misticismo e coragem sobre este personagem real que se tornou lenda. Queremos que ele seja, para a capoeira, o que filmes chineses contemporâneos como Herói e O Tigre e o Dragão são para as artes marciais orientais: um espetáculo de aventura, onde a paixão, o misticismo e a emoção têm papel central.

Em uma época na qual os negros ainda não tinham conquistado sua liberdade, embora formalmente fossem considerados livres, alguns ex-escravos encontraram um caminho para lutar pelos seus direitos, uma estranha coreografia que mesclava luta e dança, conhecida como Capoeira. É neste cenário que surge um dos heróis mais lendários do Brasil, Besouro.
Fonte:
acessado em: 19/07 de 2011 


Contexto histórico  


Nascido na Bahia, este símbolo do movimento negro logo se tornou um mito quando as pessoas, incapazes de explicar de outra forma suas constantes vitórias contra os policiais e as autoridades constituídas, passaram a atribuir este sucesso ao seu dom de voar. Manoel Henrique Pereira se transformou então no invencível Besouro.
Esse enigmático personagem da história brasileira veio ao mundo em 1897, oito anos depois da libertação legal dos escravos, em Santo Amaro da Purificação, cidade localizada no Recôncavo Baiano. Seus pais, João Grosso e Maria Haifa, eram ex-escravos.
Embora portadores do status de pessoas libertas, os negros não eram exatamente tratados como membros da sociedade. Na verdade eles faziam parte de uma massa informe, desprovida dos direitos mais elementares, como moradia, alimentação e trabalho.
Mergulhados neste contexto marginal, os ex-escravos praticamente perpetuam sua antiga condição, particularmente no campo, sob as garras dos mesmos fazendeiros e senhores de engenho que tanto se beneficiaram na época da escravidão. É este cenário que Manoel encontra ao nascer no interior da Bahia.
Aos vinte anos ele já é chamado de Besouro Mangangá, ou Besouro Cordão de Ouro. Analfabeto, ele já era um capoeirista de renome, a quem ninguém conseguia superar nesta luta. Apesar de ser um bravo guerreiro, ele também se submetia às condições de trabalho impostas pelos fazendeiros de sua terra, labutando arduamente na lavoura de cana. Só que o destemido negro não temia seus opressores, e não era preciso muito para que ele se rebelasse, o que contribuiu para a construção de sua fama.
Pouco se sabe sobre os caminhos que ele percorreu, mas não é difícil imaginar que suas atitudes tenham despertado a ira dos dirigentes daqueles tempos, os quais provavelmente o viam como um perigoso insurgente. As histórias lendárias que circulam sobre este personagem descrevem combates épicos com o corpo policial de então, dos quais Besouro sempre era o vencedor. Alguns diziam que ele tinha o ‘corpo fechado’, pois nem mesmo as balas o atingiam.
Seu apelido, Mangangá, explica miticamente sua incrível capacidade de fugir dos seus adversários – ele se refere a uma espécie de besouro que provoca uma contundente ferroada. Ou seja, o lutador derrotava o inimigo e logo após desaparecia sem deixar vestígios. Diz a lenda que ele simplesmente saía voando.
Sua morte também está envolta em mistério. Afirma-se que, depois de um confronto com servidores de uma fazenda, ele teria levado uma facada; acrescentam os mitos que a faca seria confeccionada com uma madeira ilustre chamada de ticum, única arma com poderes para transpassar uma pessoa que tinha o ‘corpo fechado’, de acordo com o universo religioso afro-brasileiro. Conforme a versão oficial, ele foi morto em uma armadilha organizada pelo filho de um fazendeiro.
Besouro está de volta, mais forte do que nunca, comprovando sua imortalidade como símbolo da cultura negra brasileira. Este mito foi resgatado pelo cineasta João Daniel Tikhomiroff, que por sua vez se inspirou na obra Feijoada no Paraíso, de Marco Carvalho. Ele procura resgatar esta história não como um filme documental, mas sim como uma mistura de ficção e fantasia.
A produção promete e acena com a possibilidade de uma indicação para a categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar. Mas seu maior mérito é tirar das sombras do esquecimento este fantástico personagem histórico, interpretado por Ailton Carmo.

Fonte:
Acessado em 19/07 de 2011

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