Leve Além...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Material de estudo 8º ano v2,v3,v4

 NOÇÕES BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS

I - A IMPORTÂNCIA DO APRENDIZADO DE PRIMEIROS SOCORROS

Acidentes acontecem e a todo o momento estamos expostos a inúmeras situações de risco que poderiam ser evitadas se, no momento do acidente, a primeira pessoa a ter contato com o paciente soubesse proceder corretamente na aplicação dos primeiros socorros.
Muitas vezes esse socorro é decisivo para o futuro e a sobrevivência da vítima.

II - OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA
 Baseia-se nos três ERRES:
 RAPIDEZ NO ATENDIMENTO
 RECONHECIMENTO DAS LESÕES
 REPARAÇÃO DAS LESÕES

III - RECOMENDAÇÕES AOS SOCORRISTAS

PROCURE SEMPRE CONHECER A HISTÓRIA DO ACIDENTE
PEÇA OU MANDE PEDIR UM RESGATE ESPECIALIZADO ENQUANTO VOCÊ REALIZA OS PROCEDIMENTOS BÁSICOS
SINALIZE E ISOLE O LOCAL DO ACIDENTE
DURANTE O ATENDIMENTO UTILIZE, DE PREFERÊNCIA, LUVAS E CALÇADOS IMPERMEÁVEIS
IV - O SUPORTE BÁSICO DA VIDA
A - O CONTROLE DAS VIAS AÉREAS
B - O CONTROLE DA VENTILAÇÃO
C - A RESTAURAÇÃO DA CIRCULAÇÃO

Em algumas situações as vias aéreas podem ficar obstruídas por sangue, vômitos, corpos estranhos (pedaços de dente, próteses dentárias, terra) ou pela queda da língua para trás, como acontece nos casos de convulsões e inconsciência.
Em crianças sãos comuns obstruções por balas, contas e moedas.

A - O Controle das Vias Aéreas  desobstruir as vias aéreas, removendo corpos estranhos.
Coloque a pessoa deitada de lado, com a cabeça e o pescoço no mesmo plano do corpo da vítima e, com o dedo polegar abra a boca, tracionando o queixo. Ao mesmo tempo, introduza o dedo indicador na boca do paciente, retirando, com rapidez, o material que esteja obstruindo.
Obs.: Para a desobstrução das vias aéreas em crianças muito pequenas:
pendure-a de cabeça para baixo e bata com as mãos espalmadas nas costas entre os omoplatas
Para a desobstrução de crianças maiores:
deite-a sobre os seus joelhos, com o tronco e a cabeça pendentes e bata com as mãos espalmadas entre os omoplatas
facilitar a entrada de ar nos pulmões
Após a desobstrução das vias aéreas, centralize a cabeça da vítima e incline a cabeça para trás, fazendo tração na mandíbula com uma das mãos e segurando a testa com a outra mão.


B - O Controle da Ventilação
 É empregado para restabelecer a respiração natural, caso esta tenha cessado (parada respiratória) ou em caso de asfixia.
 O sinal indicativo da parada respiratória é a paralisação dos movimentos do diafragma (músculo que realiza os movimentos do tórax e abdome).
 Os sinais mais comuns de asfixia são:
respiração rápida e ofegante ou ruidosa
dedos e lábios azulados
alterações do nível de consciência
agitação
convulsões
Para o pronto restabelecimento da respiração natural devemos iniciar rapidamente a respiração boca-a-boca ou boca nariz.

Respiração Boca-a-Boca

Antes de aplicar a respiração boca-a-boca verifique se há obstrução das vias aéreas e proceda à desobstrução e aplique as manobras para facilitar a ventilação,
Com a cabeça da vítima posicionada corretamente:
1.         aperte as narinas do socorrido de modo a impedir a saída do ar
2.         inspire profundamente
3.         coloque sua boca sobre a boca do socorrido
4.         sopre dentro da boca do socorrido não deixando escapar o ar, e, ao mesmo tempo,
5.         afaste-se e inspire novamente
6.         repita a operação
Obs.: - Em caso de parada respiratória em crianças pequenas, coloque a boca sobre o nariz e a boca do socorrido.

C - A Restauração da Circulação

Em algumas situações você poderá se deparar com casos em que o coração da vítima deixou de pulsar, porém, com possibilidade de restabelecimento, como por exemplo, nos casos de:
choques elétricos
asfixia
afogamento
infarto do miocárdio
arritmias cardíacas
Nesses casos, a forma mais correta de se diagnosticar a parada cardíaca será a VERIFICAÇÃO DO PULSO DA ARTÉRIA CARÓTIDA (As artérias carótidas são vasos sangüíneos que levam sangue arterial do coração para o cérebro. Cada indivíduo tem duas artérias carótidas. Elas têm sua origem no tórax (arco aórtico); passam através do pescoço, uma de cada lado, até alcançar o crânio), colocando-se as duas polpas digitais (do segundo e terceiro dedos) sob o ângulo da mandíbula com o pescoço. Não havendo pulso dê início às manobras de ressuscitação cárdio-pulmonar.
Massagem Cardíaca Por Compressão Externa do Tórax
o socorrido deverá estar deitado de costas sobre uma superfície lisa, plana e num nível bem abaixo do seu proceda a todas as manobras de desobstrução das vias aéreas e ventilação adequadas localize o osso esterno que fica no meio do tórax coloque uma das mãos espalmadas sobre a metade inferior desse osso coloque a palma da outra mão sobre o dorso da mão espalmada entrelace os dedos das duas mãos, puxando-os para trás conserve seus braços esticados comprima o tórax do socorrido, aplicando a força de seu peso.
 Obs.: Caso o socorrido seja criança recém nascida, comprima o tórax com apenas um dedo (polegar). Utilize apenas a força deste dedo para comprimir o tórax. Se criança maior, utilize dois dedos para a compressão.
 Procedimento das manobras de ressuscitação cárdio-pulmonar:

Se houver apenas um socorrista:
15 massagens para 02 ventilações

Se houver dois socorristas:
05 massagens para 01 ventilação

Quando poderemos interromper as manobras?
 Após 30 minutos, com a certeza de terem sido realizadas as manobras adequadas sem o retorno da circulação (sem o pulso da artéria carótida).

V - FRATURAS

Fratura é a quebra de um osso. Pode ser completa (quando separa partes ósseas) ou incompleta (fissura).
Classificação de fraturas:

fechadas: quando não há solução de continuidade entre a pele e o osso fraturado
abertas: quando existe um ferimento no local da fratura, porém o osso não se expõe
expostas: quando existe uma abertura na pele, por onde se expõe parte do osso fraturado
Como diagnosticar uma fratura:

A inchação a deformidade e a dor são os sintomas mais comuns.
Para melhor avaliação estimule o socorrido a mobilizar o membro afetado.
Perda de sangue em fraturas

As vítimas que apresentarem sinais de fratura do fêmur e fraturas múltiplas na bacia devem ser levadas ao hospital imediatamente pois essas fraturas costumam sangrar muito.
Ao sofrer uma fratura do fêmur, a vítima poderá perder até 1,5 litros de sangue. Já se apresentar fraturas múltiplas da bacia este mesmo paciente poderá perder até 3 litros de sangue.

Como prestar socorro

Imobilize o local de modo a impedir que o osso fraturado se mexa e danifique as partes moles. A imobilização costuma reduzir a dor.
Não tente de forma alguma colocar o osso no lugar. Se houver ferimento na pele, lave com água e sabão e coloque uma compressa de gaze cobrindo a região afetada, antes de imobilizar.

VI - TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR OU TRAUMATISMO DA COLUNA (ESPINHA)

A lesão (traumatismo) da coluna vertebral tem que ser presumida em TODOS os casos de trauma.
As quedas de altura, durante um mergulho, após acidentes de carro ou atropelamentos podem levar ao traumatismo da coluna vertebral.

Diagnóstico Presumido

Se o acidentado estiver lúcido, questione se está sentindo os membros. Solicite que movimente as pernas e os braços.
No traumatismo da coluna costuma haver perda da sensibilidade e do tato e a perda da mobilidade dos membros.
O acidentado deve ser colocado em uma superfície lisa e plana, com a cabeça centrada e os membros alinhados paralelamente ao corpo.

Não tente levantar ou remover o acidentado. Chame o socorro especializado, pois o transporte errado do paciente poderá causar danos irreversíveis para o mesmo.

VII - TRANSPORTE DE ACIDENTADOS

O transporte da vítima é de extrema importância e pode ser decisivo para a sua sobrevivência.
Antes de transportá-la verifique SEMPRE:
se está respirando
se há hemorragia
se há fraturas
se existe traumatismo da coluna
Para a mobilização do acidentado são necessárias três pessoas agindo simultaneamente
a primeira segura com firmeza a cabeça e o pescoço da vítima, para evitar que dobre o pescoço;
a segunda apoia a região da bacia;
a terceira segura pelos pés, evitando dobrar as pernas da vítima;
com um movimento simultâneo e sincronizado retiram a vítima do chão e a colocam em uma superfície plana e firme, imobilizando o pescoço, os braços e as pernas, antes do transporte.

VIII - AFOGAMENTO

Ao presenciar um afogamento, evite abordar diretamente a vítima. Procure arremessar um objeto flutuante para que ela se agarre e retire-a rapidamente da água.
Cuidados com o Afogado

limpe a boca da vítima de afogamento, procurando desobstruir as vias aéreas.
observe se está respirando
caso contrário inicie imediatamente a respiração boca-a-boca
em caso de vômitos vire a cabeça do afogado para o lado a fim de evitar sufocamento
todo o afogado deverá ser encaminhado ao hospital para avaliação, qualquer que seja a gravidade, pois existem casos em que a vítima vem a falecer até quatro dias após, devido a infecção pulmonar ocasionada pela aspiração da água contaminada.

X - CONVULSÃO EPILÉPTICA

Durante a crise convulsiva, o doente costuma apresentar fortes abalos musculares e contrações da mandíbula, o que pode acarretar ferimentos na cabeça e cortes profundos na língua.
Cuidados com o Doente

proteja a cabeça do doente e afaste qualquer objeto que possa machucá-lo;
retire qualquer material da boca que possa causar obstrução das vias aéreas não, sem antes colocar um pano ou gaze enrolados para evitar que morda a língua ou quebre os dentes
afrouxe as roupas
não dê água ou qualquer medicamento durante, ou logo após a crise
espere, que ele voltará a si naturalmente

XI - CONVULSÃO FEBRIL

A convulsão febril ocorre geralmente em crianças com febre elevada.
Cuidados com o Doente
nunca agasalhe a criança
coloque-a em uma banheira com água tépida (quase fria) durante cerca de 5 minutos, com o corpo submerso

XIII - QUEIMADURAS

São lesões decorrentes da ação do calor sobre o organismo.
75% das queimaduras ocorrem no lar, com crianças e pessoas idosas por descuido na manipulação de líquidos superaquecidos.

Causas Mais Comuns por Ordem de Freqüência

líquidos superaquecidos
exposição direta às chamas
químicas
objetos superaquecidos
elétricas
Classificação por Intensidade

1.         primeiro grau: atingem somente a camada superficial da pele cararacterizam-se por vermelhidão e ardência;
2.         segundo grau: atingem camadas mais profundas da pele e do tecido subcutâneo têm aparência de molhadas, avermelhadas, produzem bolhas (que não devem ser perfuradas) e dor intensa;
3.         terceiro grau: provocam destruição profunda de toda a pele, terminações nervosas ou, até mesmo, de camadas musculares.
Por destruírem as terminações nervosas não produzem dor

Conduta frente ao Doente Queimado
nunca use gelo, substâncias gordurosas (manteiga ou óleo), pasta de dentes, borra de café etc.
lave a queimadura em água corrente por um tempo bastante prolongado
mantenha o membro queimado submerso em água fria
não toque no queimado sem antes lavar as mãos para não contaminar a queimadura
antes de cobrir a queimadura com atadura, coloque vaselina esterilizada
encaminhe o queimado a um hospital
Queimaduras das Vias Aéreas

São consideradas muito graves porque têm evolução rápida e podem levar à morte por asfixia.
Os sinais indicativos de queimaduras nessa área são:
queimadura na face
chamuscamento dos cílios
depósito de fuligem no nariz e na boca
história de confinamento no local do incêndio
história de explosão
Face a gravidade deste tipo de queimadura, você deverá encaminhar o queimado o mais rápido possível a um hospital.

Queimadura Química

A gravidade da queimadura por produtos químicos é proporcional à duração da exposição à substância em contato com a pele.

Procedimento frente a um Acidentado por Queimadura Química

remova rapidamente as roupas contaminadas
inicie, imediatamente, lavagem intensa e prolongada da área queimada
Queimaduras Elétricas

Geralmente são mais graves do que aparentam, pois podem apresentar pele normal com morte muscular (necrose).
Costumam evoluir com aumento da área queimada mesmo após o afastamento do acidentado da corrente elétrica.

OBS.: São também consideradas muito graves as queimaduras da face, do pescoço e das articulações (juntas) face a possibilidade de produzirem deformidades.
 
XIV - FERIMENTOS

Os ferimentos acontecem com muita freqüência em nosso cotidiano. No entanto, costumamos tratá-los de forma incorreta. Muitas vezes damos prioridade ao uso de substâncias anti-sépticas em detrimento de adequada limpeza da ferida com água corrente e sabão comum.
A limpeza adequada com ÁGUA E SABÃO com a retirada de detritos da ferida (terra, partículas de vidro, pedaços de madeira etc.) é a forma mais eficiente de se evitar a contaminação pelo TÉTANO, uma terrível doença causada por uma bactéria que atua no sistema nervoso central e pode levar à morte.
Após a limpeza, aí sim, estará indicado o emprego de substâncias anti-sépticas, de preferência a base de compostos iodados.
Proteja o ferimento com gaze e troque o curativo tantas vezes quanto necessário.
Nunca utilize pó de café, folhagens ou qualquer outro material que possa levar à contaminação da ferida.

XV - HEMORRAGIAS

A hemorragia é a perda de sangue ocasionada pelo rompimento dos vasos sangüíneos. Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente, pois grandes perdas sangüíneas podem levar ao estado de choque e à morte em poucos minutos.
 Cuidados frente à Vítima de Hemorragia

Se a hemorragia for intensa coloque o paciente deitado, pois ele poderá apresentar sensação de desfalecimento, queda da pressão arterial e mal estar geral. Esses sintomas costumam desaparecer com o doente deitado, em repouso.
Caso a hemorragia seja devida a ferimentos nos membros superiores ou inferiores eleve o membro afetado acima do nível da cabeça.
 Comprima a região com pequenos pedaços de gaze ou pano, que não devem ser removidos para que não desfaçam o coágulo que evita a continuidade do sangramento.
nunca aplique garrotes ou torniquetes no membro atingido
nunca utilize panos grandes ou absorventes, pois dão a falsa impressão de controle da hemorragia.

XVI - ESTADO DE CHOQUE

O estado de choque é uma situação de risco que pode levar à morte e decorre, na maioria das vezes, de hemorragias internas ou externas não controladas adequadamente.
 Sintomas mais Comuns:
palidez
pele fria e pegajosa
pulso fraco e rápido
respiração rápida e irregular
agitação e ansiedade
inconsciência
A vítima deverá ser levada ao hospital rapidamente pois somente o médico preparado poderá alcançar êxito com o tratamento.

XVII - CORPOS ESTRANHOS

Pequenas partículas de poeira, carvão, areia, grãos, pequenos insetos podem penetrar no nariz, ouvidos e olhos. São chamados de corpos estranhos.
 Nos olhos
lave bem os olhos com água corrente ou soro fisiológico
evite esfregar os olhos
não tente retirar os corpos estranhos caso não sejam removidos com a água
cubra totalmente o olho afetado com um tampão de gaze esterilizada enquanto aguarda o atendimento pelo oftalmologista
No nariz
solicite à vítima que force a saída de ar pela narina obstruída, enquanto você comprime a outra narina
No ouvido
nunca tente retirar corpos estranhos dos ouvidos a exceção dos insetos
para retirar insetos, pingue algumas gotas de óleo no ouvido afetado. O óleo irá imobilizar os movimentos de asas ou patas do inseto. Incline a cabeça para o lado na tentativa de colocar o inseto para fora do ouvido, que deverá deslizar com o óleo.

XVIII - ENVENENAMENTO OU INTOXICAÇÃO

Envenenamento ou intoxicação é causado pela introdução de substâncias tóxicas no organismo.
O envenenamento pode se dar por:
ingestão - pela boca
absorção - pela pele
aspiração - pelo nariz e boca
injeção
Conduta

verifique com que veneno a vítima se intoxicou e leve-a imediatamente para o hospital não provoque vômitos se a vítima estiver inconsciente, em convulsão ou se houver ingerido substâncias ácidas, alvejantes (água sanitária) ou derivados do petróleo (querosene ou gasolina) no caso de contaminação da pele, retire imediatamente as roupas contaminadas e lave com água abundante a área afetada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário