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domingo, 16 de outubro de 2011

Grupo com tema bullying: texto base da resenha





Fragmentos do livro Bullying na escola
A atividade consiste em fazer uma resenha critica a partir deste texto que é bastante simples

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE BULLYING
LEI Nº 13.995, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2009.
Dispõe sobre a inclusão de medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate ao bullying escolar no projeto pedagógico elaborado pelas escolas públicas e privadas de educação básica do estado de Pernambuco, e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Faço saber que a assembléia legislativa decretou e sancionou a seguinte lei:
Art. 1º As escolas públicas e privadas da educação básica do estado de Pernambuco deverão incluir em seu projeto pedagógico, medidas de conscientização, prevenção, diagnose ao combate ao bullying escolar.
Parágrafo único. A Educação Básica é composta pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Art. 2º Entende-se por bullying a prática de atos de violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida pelo indivíduo ou grupos de indivíduos, contra a uma ou mais pessoas, com o objetivo de constranger, intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.
Parágrafo único. São exemplos de bullying: promover e acarretar a exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar; amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive utilizando-se de meios tecnológicos e ambientes virtuais.
Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:
I - Conscientizar a comunidade escolar sobre o conceito de bullying, sua abrangência e a necessidade de medidas de prevenção, diagnose e combate;
II- prevenir, diagnosticar e combater a prática de bullying nas escolas;
III- capacitar docentes, equipe pedagógica e servidores da escola para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema.
IV- orientar os envolvidos em situação de bullying, visando à recuperação da autoestima do desenvolvimento psicossocial e da convivência harmônica no ambiente escolar e social;
V- envolver a família no processo de construção da cultura de paz nas unidades escolares e perante a sociedade.
Art. 4º O Poder Executivo regulamentará a presente lei.
Art. 5º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário.
PALACIO DO CAMPO DAS PRINCESAS, em 22 de dezembro de 2009.
EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS
Governador do Estado
LUIZ RICARDO LEITE DE CASTRO LEITÃO
FRANCISCO TADEU BARBOSA DE ALENCAR

O projeto que originou esta lei é de autoria do Deputado Alberto Feitosa
“Essa lei é importante principalmente para evitar que aconteçam casos extremos como nos Estados Unidos, onde adolescentes entram armados nas escolas. Geralmente são pessoas que sofrem agressões. Quem sofre com o bullying pode levar o trauma para o resto da vida” disse o autor do projeto de lei, deputado Alberto Feitosa.

O comportamento Bullying
A palavra tem origem inglesa e é adotada em muitos países para definir o desejo consciente e deliberado de maltratar uma outra pessoa e colocá-la sob tensão. Entendemos por bullying o comportamento intencional, logo premeditado, sistematizado, planejado, articulado de forma repetitiva de agressão verbal, psicológica ou física adotada, sobretudo, no âmbito escolar ou externo à escola.
            Numa abordagem etimológica a palavra bullying “é do verbo derivado do adjetivo inglês bully, que significa valentão, tirano e como verbo brutalizar, assim por definição universal é um conjunto de atitudes. ”(CHALITA, 2008).
            Nem toda violência escolar pode ser caracterizada como bullying, por isso os integrantes da escola devem ter conhecimento do assunto, assim para que contemple a agressão a agressão psicológica, física ou moral denote-se a intenção de ferir, intimidar, ofender, discriminar, perseguir ou amedrontar de uma maneira sistemática frequencial nas ações e por fim deixar marcas, seqüelas ou conseqüências para o vitimado.
Os comportamentos são bem variados e identificados na humilhação, uso de palavras ofensivas, difusão de boatos, fofocas, exposição ao ridículo, transformação em bode expiatório e acusações infundadas, isolamento, ameaças, insultos, ostracismo (exclusão), sexualização, ofensas raciais, étnicas ou de gênero. (MIDDELTON-MOZ e ZAWADSKI, 2007).
Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de Bullying possíveis, o quadro a seguir relaciona algumas ações que podem estar presentes:


colocar apelidos 
agredir
zoar
fazer sofrer
ofender
gozar
quebrar pertences
excluir      
humilhar
isolar
sacanear
discriminar
ignorar
intimidar
perseguir
assediar
empurrar
aterrorizar
dominar
ferir
amedrontar
bater
roubar
tiranizar
chutar
           

Em sala de aula
A existência na classe de um agressor em potencial ou vários deles, seu comportamento agressivo influenciará nas atividades dos demais, induzindo um comportamento agressivo. O agressor tem a tendência de usar da violência em situações de conflito, ele se impõe pela força física subjugando os demais, e identifica na sala a vítima pelas características psicológicas de ansiedade, insegurança, passividade, timidez e de aparente fragilidade.
As formas podem ser definidas:
Direta – Inclui agressões físicas, bater, chutar, tomar pertences, e verbais como apelidar de maneira pejorativa e discriminatória, insultar, constranger.
Indireta – Apresenta através da disseminação de rumores desagradáveis e desqualificastes, visando discriminação e exclusão da vítima de seu grupo social.
O bullying escolar não privilegia o gênero. Atua nos dois com a mesma desenvoltura, respeitando a especificidade de cada um. O masculino prioriza o uso da força, da supremacia física e da intimidação. O feminino utiliza-se da agressão psicológica através da humilhação e exclusão, podendo ser tão ou mais cruel e perverso.
Fora da escola infernizam por telefone, passam por trotes, fofocam, e espalham boatos. Ameaçam contar segredos revelados, exigem que a vítima se vista de determinada maneira ou traga para a escola algo de que não dispõe como material escolar, brinquedos, lanches ou dinheiro.
Fatores que favorecem o desenvolvimento do bullying
·         Atitudes culturais, como desrespeito, a intolerância, a desconsideração ao ‘diferente’.
·         Hierarquização nas relações do poder.
·         Desejo de popularidade.
·         Reprodução do comportamento abusivo.
·         Falta de habilidade de defesa, submissão, passividade, silêncio e sofrimento de vítimas.
·         Conivência e incentivo às ações.
·         Violência doméstica, ausência de limites, permissividade familiar, falta de exemplos positivos.
·         Omissão, despreparo, falta de interesse e comprometimento de muitos profissionais e instituições escolares.
·         Impunidade, descaso e falta de investimento e políticas públicas voltadas à saúde e à educação.

Conseqüências da vitimização do bullying
São de caráter grave e abrangente. Afetando o âmbito cognitivo, desinteresse pelos estudos, déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento intelectual, o absenteísmo, a reprovação e a evasão escolar.
 Como na saúde, provoca queda imunológica e sintomas psicossomáticos diversificados, como cefaléia, tontura, náusea, ânsia de vômito, dores epigástricas, diarréias, enurese, suderose, febre, taquicardia, tensão e dores musculares, excesso de sono ou insônia, pesadelos, perda ou aumento do apetite, dores generalizadas, entre outros.
Podem surgir também doenças de causas psicossomáticas, como gastrite, úlceras, colite, bulimia, anorexia, herpes, rinite, problemas respiratórios, obesidade, além do comprometimento de órgãos e sistemas.
Os personagens do fenômeno bullying
Vitima típica – Aquela que serve de bode expiatório para um grupo, geralmente pouco sociável, não reage, seu aspecto é de fragilidade.
Vitima provocadora – Provoca e atrai as reações agressivas, tenta brigar ou responder quando é atacada e insultada.
Vitima agressora – aquela que reproduz os maus-tratos sofridos.
Agressor – Mau-caráter, impulsivo, irrita-se facilmente e tem baixa resistência a frustrações. Custa adaptar-se as normas: não aceita ser contrariado, não tolera os atrasos e pode tentar beneficiar-se de artimanhas na hora das avaliações.
Espectador – Convive com o problema e adota a lei do silêncio por temer se transformar em novo alvo para o agressor.
Identificação dos envolvidos
            Para que o alvo seja identificado como vítima, os professores devem observar se ele apresenta alguns destes comportamentos:
·         Isolamento durante o recreio, separado do grupo, ou procurar ficar próximo ao professor ou de algum adulto.
·         Dificuldade de falar diante dos demais em sala de aula.
·         Nos jogos em equipe é o ultimo a ser escolhido.
·         Apresenta-se comumente com aspecto contrariado, triste, deprimido ou aflito.
·         Apresenta desleixo gradual nas atividades escolares.
·         Apresenta ocasionalmente contusões, feridas, cortes, arranhões ou roupa rasgada, de forma não natural.
·         Falta aula com certa freqüência (absenteísmo).
·         Perde constantemente os seus pertences.
Em relação a família é preciso ficar a tento aos sintomas vistos anteriormente, observar e buscar ajuda, buscar o contato com a escola, não tomar iniciativa contra o agressor, nem estimular os filhos para revidar os ataques, mas que se possível evite o agressor e busque ajuda do professor ou adulto mais próximo.
Quando os pais buscam auxilio a escola e esta não respondem a família deverá recorrer ao conselho tutelar que, de acordo com o estatuto da criança e do adolescente em seu artigo 232, prevê pena para quem ‘submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento’.
Se caso o crime for com a criança menor de 12 anos, o conselho tutelar tem a função de chamar a atenção dos pais da criança.
E se o autor for maior de 12 anos, o caso poderá ser levado à justiça, e o juiz determinará se a punição consistirá em advertência ou em prestação de serviços à comunidade.
Se, porém, o crime for praticado por um adulto, a pena prevista é de seis meses a dois anos de detenção.
Conseqüências
  • A violência é adotada como estilo de vida.
  • A marginalização.
  • Traumas psicológicos ou seqüelas físicas.
  • “A escola como qualquer outra instituição, está planificada para que as pessoas sejam todas iguais. a quem afirme: ‘quanto mais igual, mais fácil de dirigir’.” (AQUINO, 1996).

    Sofrer ou praticar bullying no ambiente de trabalho.




“Albert Einstein dizia que o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.” (CALHAU, 2008)

Almejar instituir uma escola de iguais é negar e afrontar a adversidade. Melhor seria criar mecanismos que subsidiem uma escola plural e viabilize uma convivência respeitosa e sadia. Nessa escola não haverá lugar para ações de intimidação, agressão, intolerância, segregação, discriminação e preconceito. Nessa escola, o bullying não será alimentado, nem disseminado.




Autoria: Melo, Josevaldo Araújo de:
Bullying na Escola - Como Identificá-lo / Como Preveni-lo / Como Combatê-lo /Josevaldo Araujo de Melo. Recife:EDUPE, 2010.

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